“MEU ENCONTRO COM JESUS: A VIDA"
Como em muitos filmes que já assisti que começam com uma cena no fim ou no meio do filme e depois volta para o início da história fazendo o expectador passear nas cenas montadas pelo cineasta para entender o enredo do filme é assim que escolhi contar minha experiência de vida, o meu encontro com Jesus.
Começo com esta cena: “O ENTERRO DO MEU AMIGO”:
Era 30.07.2005, eu estava no enterro de um amigo e como é
comum as pessoas choravam, eu não chorava, mas estava em estado de choque, pois
ele tinha só 16 anos com tantos sonhos, planos e projetos. No velório soube que
ele tinha sido levado de sua casa e segundo moradores da região que ouviram
seus gritos ele tinha sido torturado desde as 3:00 até às 6:00 horas da manhã,
quando este foi assassinato e abandonado
longe da cidade. Ele havia se envolvido com drogas e depois de usuário virou
traficante e as suspeitas do crime eram de queima de arquivo, porque sabia de
ações ilegais de policias envolvidos com distribuição de drogas, invasão de
território de outro distribuidor de drogas e até mesmo por falta do pagamento
aos traficantes.
O pai dele havia morrido há um dois anos antes e a mãe se
casou de novo e foi embora para outra cidade e ele tentava sobreviver com um
ponto de venda de peixe na feira quando se envolveu com as drogas, eu e minha
família demos apoio e conselhos para ele sair desde mundo das drogas e ele
sempre se comprometia em deixar, mas continuava. Lembro um dia que ia para o
trabalho e o vi distribuindo drogas, então uma dor invadiu a minha alma, meus
olhos inundaram de lágrimas e eu me senti impotente diante daquela situação,
que me fazia ter certeza que ele acabaria na prisão, mas nunca imaginei que sua
vida terminaria naquela terrível e violenta morte.
E ali no cemitério, quando chegou hora de colocarem o caixão
na cova e ao começarem a jogar terra, então senti uma voz dentro de mim dizer: -“E se
fosse você neste caixão, você estaria preparada ?” Bom, numa reflexão bem rápida sobre
a minha vida respondi: -Não e com toda a certeza estaria no inferno, pois só
eu sabia o quanto eu tinha me afastado das coisas de Deus. Hoje eu sei que
aquela voz era o Espírito Santo dentro de mim, Ele é um grande estrategista e
usou aquela terrível situação para falar comigo. E foi ali diante daquela cena
que levantei os olhos para o céu e disse pra Deus: “Me perdoa meu Senhor !!!”.
E veio a memória como
num filme cenas da experiência que havia tido com Jesus anos atrás e do amor e
do compromisso que tinha com a palavra de Deus, na minha mente repetia a frase: “Passarão o céu e a terra, mas minhas
palavras não passarão”(Mateus 24,35), então ali fiz uma promessa a Deus: “Vou
passar um ano meditando os quatro evangelhos, vou ler um capítulo todas as
manhãs e antes de tomar café”. E no dia seguinte: 01.08.2005 peguei um daqueles
Evangelhos pequeninos que são doados pelos Gideões nas escolas e comecei pelo
Evangelista Mateus, hoje eu sei que naquele momento iniciava uma das maiores
aventuras da minha vida, uma viagem sem volta pelos mares do Espírito Santo de
Deus.
Decidi ler um capítulo por dia e assim passar o mês
meditando o Evangelho escolhido, sendo que em agosto meditei o Evangelho de
Mateus, setembro o Evangelho de Marcos e outubro o Evangelho de João e foi no dia 14.10.2005 e
estava lendo e meditando o capítulo 14 do Evangelho de João que tive a maior
experiência espiritual da minha vida, aquilo que posso chamar de “Marco
Existencial”, porque ali foi demarcado a minha história de vida em antes e
depois do meu encontro com Jesus. Naquele dia acordei mais cedo porque tinha
uma viagem para outra cidade e o compromisso de encontrar com a orientadora da
minha monografia da graduação em História a qual estava cursando.
Quando comecei a meditar o capítulo 14 do Evangelho de João
na pequena cozinha da minha casa senti algo diferente, sobrenatural e especial,
senti a presença de Jesus tão forte, como se as frases deste capítulo 14 de
João, o próprio Jesus fosse falando ao meu coração, me fazendo entender de uma
forma totalmente nova a profundidade de suas palavras. Quando li João 14,6: “Eu
sou o Caminho, a Verdade e a Vida...”, senti como se Jesus falasse no meu coração: - Kátia, Eu sou a Vida, eu sou o sentido da vida que tu sempre buscaste, Eu sou o
único que pode te dar sentido existencial, vida verdadeira e abundante, só eu
posso preencher o vazio da tua alma e te fazer feliz...eu não conseguia conter
às lágrimas, acho que nunca chorei tanto na minha vida...
A cidade que eu ia ficava 3:00 horas viagem e durante todo o
percurso eu chorei, pois via como num filme a minha história de vida, desde as
minhas tentativas de suicídio, da minha busca por um sentido existencial, das
minhas profundas angústias por descobri em meio as minhas revoltas da
adolescência que tinha sido fruto de um
estupro e que a minha mãe confessou que por causa disso havia tomado muitos
remédios para me abortar e se sentia culpada por eu ser tão revoltada contra a
vida e mesmo me pedindo perdão, eu ainda argumentei porque ela não me abortou,
porque me deixou nascer só para sofrer
e fiz questão de a partir daquele dia cada vez que acontecia algo triste comigo eu colocava a culpa na minha mãe pela
minha tristeza e infelicidade. Agora o que eu sentia na alma era apenas o
desejo de pedir perdão a minha querida mãe.
Ao chegar para a orientação da monografia tive que dizer a minha orientadora que
não estava me sentindo muito bem, mas dentro de mim tinha um único desejo de
voltar e pedir perdão a minha mãe e dizer que enfim tinha encontrado um grande
tesouro: JESUS e que nunca tinha me sentido tão feliz como estava e que eu
enfim tinha encontrado uma boa razão para viver, na volta tentei pedir perdão não
conseguir. Passei uma semana ensaiando um belo discurso de pedido de perdão e
quando chegava na hora desistia e até lá pela sexta tentativa criei coragem e
falei, choramos juntas abraçadas e eu contei toda a experiência que estava vivendo, mas agora eu estava realmente de alma lavada e experimentando
uma grande liberdade e paz interior.
Cumprir a minha promessa e passei um ano realmente meditando
os quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João, mas confesso dos quatro,
meditei mais vezes o Evangelho de João parecia uma poesia ao meu coração
sedento desta vida de Jesus. Depois de um ano e desta experiência tão
profundamente rica que não dá para traduzir em palavras resolvi ler as cartas e
concluir todo o Novo Testamento, depois senti no meu coração de ler e meditar
toda a Bíblia e como eu havia ganhado uma de presente, foi uma nova e deliciosa
aventura que não conseguir mais parar. Para ler a 1ª vez toda a Bíblia levei
dois anos e dez meses, pois lia um capítulo pela manhã antes de ir para o
trabalho.
Depois sentir Deus falar comigo em nas passagens Bíblicas: “...medita
a lei do Teu Senhor dia e noite... e tudo que tu fizer prosperará (Salmo 1,2-3)
“...medita dia e noite, cuidando de fazer tudo o que nele está escrito, assim
prosperarás em teus caminhos...” (Josué 1,8) e resolvi ler pela manhã antes de
ir para o trabalho e a noite antes de dormir, mas comprei uma nova Bíblia de
uma outra versão e assim continuei
desfrutando deste prazer da meditação da Palavra de Deus e tenho crescido e me
fortalecido espiritualmente e sobretudo constatado os frutos em minha vida material
e espiritual e até nesta data já li 5 vezes a Bíblia toda de versões diferentes e a sensação que
tenho que enquanto tiver vida continuarei a meditar a palavra de Deus, por que
foi ali que encontrei a verdadeira vida: Jesus.
Autora: Kátia regina Corrêa Santos
Escrito em: 14.10.2012